Boa noite Scheneider, a resposta é extensa e complexa mas pode ser resumida a um somatório de boicote, má vontade e corrupção ( sempre ela)

João Conrado do Amaral Gurgel era um homem a frente do seu tempo, sempre perseguiu a idéia fixa de construir uma industria automobilistica genuinamente nacional, começou fazendo veiculos com carrooceria de fibra de vidro e propulsores vw e contavam com um chassi revolucionario inclusive patenteado e motivo de orgulho que era o "plasteel" em uma época que os automoveis davam ferrugem até quando ainda estavam dentro da concessionária, Gurgel se orgulhava de dar 10 anos de garantia contra a corrosão do seu revolucionário chassis composto. Não parou por aí, logo depois lançou o Itaipú primeiro e até agora único veiculo elétrico desenvolvido e produzido no Brasil, isso no início da década de 80 ! No ápice da inflação galopante brasileira, Gurgel se orgulhava de pagar seus operários em ORTN's ( obrigações reajustáveis do tesouro nacional) enquanto os outros brasileiros viam seus ganhos se esvairem pelo ralo, tendo reajustes apenas semestrais.

Gurgel não parava, e apesar da extrema má vontade federal que sempre lhe negava créditos ou no minimo os concedia as migalhas e com extrema má vontade, esse mesmo governo federal através do famigerado BNDES financiava as multinacionais e trambiqueiros internacionais as grandes montadoras conseguiamo que queriam com apenas um "telefonema" os projetos de Gurgel mofavam e empoeiravam nas prateleiras dos bancos oficiais, A má vontade vinha de todos os lados, foi obrigado inclusive a retirar o nome CENA( carro economico nacional) por uma ação impetrada por Airton Senna que achava que o nosso memorável Gurgel queria tirar uma "casquinha" com o seu nome, podia até ser, mas a resposta laconica e inteligente de Gurgel foi a seguinte: " Engraçado que o rio sena corre em paris a séculos e nunca pediu royaltes a Senna pelo mesmo usar o seu nome".

Scheneider , o que te relatei aqui foram farrapos que resgatei da memória, até porque utilizo o YR! como um aguçador de memória e sendo assim não teria graça eu pesquisar para te dar a resposta, respondo as perguntas que aqui surgem como quem está na mesa de um bar com um amigo, mas te sugiro: pesquise mais sobre esse grande brasileiro, que merece todo o nosso respeito e quem sabe um dia receber as suas merecidas homenagens, que inclusive ainda está vivo, porém em estado de senilidade, se não assistiu, alugue ou baixe em algum site a história veridica de Preston Tucker que é o filme "TUCKER, UM HOMEM E SEU SONHO" voce verá o que acontece com homens que como Tucker ou Gurgel tentam desafiar o poder das grandes montadoras, inclusive por um acaso do destino Preston Tucker se não me engano faleceu no Brasil de quando de uma visita a nosso país, espero ter ajudado e elucidado alguma dúvida um abraço e sds.

Deve ter sido mesmo por falta de precionamento, quando o preço é muito baixo o consumidor desconfia.

Isso e uma boa pergunta.

João corado do amaral gurgel um engenheiro visionário sonhou com uma indústria alto motiva totalmente nacional na época do milagre econômico do brasil fabricando vários utilitários e veículos brinda dos de uso militar entre eles o carajas mas o seu projeto maior era o br 800 veiculo com total nacionalização não bem sucedido frente o poderio econômico de montador as multi nacionais e fontes de recursos limitados que foi totalmente lamentável diante da qualidade e possibilidade de desenvolvimento total do brasil no setor automobilístico

FALIU PQ O DONO NÃO ACEITAVA PARCERIAS.TUDO ERA BANCADO POR ELE..

ELE NÃO ACEITAVA PALPITES EM SEUS CARROS.

Porque a Gurgel faliu há muito tempo, não suportou a concorrência com os modelos 1.0.

Não eram carros baratos. Nem um pouco.



Veja que a Gurgel foi uma montadora concebida com recursos próprios, do Engº João, que não mediu esforços para fazer a produção evoluir. Porém, como a empresa foi aberta a acionistas, ou seja, tornou-se uma S/A, os investimentos foram aumentando, mas as baixas vendas (em parte devidas à pequena produção e à falta de revendedores) fizeram com que as ações se desvalorizassem demais, perdendo terreno na Bolsa de Valores.

Para tentar compensar as baixas vendas, e no Brasil sempre funcionou assim, os preços dos veículos aumentaram. Se fosse em um país desenvolvido, quanto mais baixas as vendas, mais baixo o preço, para que se tente impulsionar o comércio. No Brasil é o contrário: quando se vende pouco, o preço aumenta para tentar não diminuir a margem de lucro.

Por isso que as empresas vão à falência.

Em 1996 a Gurgel faliu, não aguentou a oncorrencia dos carros 1.0 a fabricação dos carros da Gurgel era quase artesanal, além disso seu dono era como o Ford meio doido, arriscava demais, bancava tudo, naum tinha parcerias, sem contar os débitos trabalhistas, acredito que deveriam concentrar esforços em tecnologia, além de apoio fiscal do governo, eram sim bons carros e econômios, mas sem espaço e de gosto (aparencia) duvidavel, tb lamento.